Mercado - America Sports
Com quase três décadas atuando no mercado off-road, a América Sports tem grande presença no setor e nas competições, incentivando o esporte em todas as suas modalidades. E quando a Yamaha criou a Copa IMS YZ125 bLU cRU, ela imediatamente entrou como patrocinadora, além de apoiar outros eventos e atletas.
Conversamos com Adalberto "Rochina", diretor da empresa, que fala sobre os desafios enfrentados para se manter no setor, a evolução do esporte e as novidades do mercado. Acompanhe nossa entrevista com esse apaixonado e incentivador do esporte, que trabalha incansavelmente para a melhora do mercado e das competições.
DA – A América Sports está há 27 anos no mercado brasileiro. Como é estar presente por tanto tempo no setor?
ROCHINHA – É muito gratificante participar do setor, das competições. Nesse período, fomos nos adaptando às mudanças, percebendo o que está sendo consumido e a flexibilidade do mercado. E, claro, com muita dedicação. Essa nossa percepção de adaptação, flexibilidade e dedicação foram fundamentais para nosso crescimento.
Também temos colaborado com sugestões aos nossos fornecedores, e isso desde um novo importador, colaborando nos seus volumes de compra e nos preços para seus produtos, para que entre na realidade do mercado. Simplesmente, não podemos nos deslumbrar, temos de ser responsáveis e entender o que o mercado está necessitando.
Além disso, estamos há tanto tempo no mercado por também apoiar os atletas e eventos, como competições, encontros e trilhões, entre outros, para que o mercado e o esporte cresçam de forma correta e responsável.
O setor enfrentou muitas crises – econômicas, saúde e políticas – que influenciaram o mercado. Qual foi a maior dificuldade enfrentada nesses quase 30 anos de atuação no off-road nacional?
Você tem que enfrentar a variação do câmbio, pois muitos produtos são importados, o que implica na venda, já que o valor do produto pode alterar entre a compra e a venda. Essa situação implica na maior dificuldade do setor, além de não termos estabilidade econômica. Você não consegue fazer uma programação de negócios, um plano de negócio.
Outra grande dificuldade foi no período da pandemia, quando as lojas tiveram que fechar em muitos momentos. Essa parada foi a mais sinistra, o isolamento foi uma situação muito preocupante para a gente e trouxe muitas dúvidas, sobre o futuro do mercado, da loja, o que poderia acontecer com a nossa equipe. Mas sempre pensamos o que poderíamos fazer para melhorar aquela situação. Esse período de pandemia foi realmente outro grande desafio.
Em 2024, a Yamaha lançou a Copa IMS YZ125 bLU cRU, uma inovação no esporte que é patrocinada pela América Sports. Como avalia o primeiro ano da competição?
Sem dúvida, essa copa foi uma inovação, uma sacada sensacional. Para nós foi um privilégio, pois ela surgiu aqui, no América Coffee Bar, quando o (Alan) Douglas, da Yamaha, veio falar sobre a possibilidade de realizar a Copa, com o intuito de incentivar o esporte com uma categoria para motos de 125cc. Depois, conversamos com outras empresas para apoiarem o evento também. Como a IMS Racing, com suporte na prova e com os seus equipamentos, e a Nacar Yamaha, que fornece os capacetes da Shoei para os pilotos. Então, foi muito rápido montar a Copa. Acredito que unidos somos mais fortes. Temos que dar os parabéns para o Alan, um cara que faz as coisas acontecerem. Estamos super felizes com o evento, que foi um sucesso já no seu primeiro ano. Agora estamos preparando a segunda temporada, e acho que 2025 promete. Será outro grande evento nacional, e todos estão mais preparados depois do primeiro ano da Copa.
Mesmo com jovens pilotos, não faltaram grandes disputas durante o ano. O que achou do nível dos participantes da Copa?
Neste primeiro ano, estávamos ajustando o evento, mas os cinco primeiros foram muito rápidos dentro das pistas, eles aceleraram muito durante toda a temporada. Os pelotões de trás também impressionaram, com os garotos disputando posições como gente grande. O nível dos pilotos nos impressionou. As motos são idênticas, então cada um tem que dar o seu melhor para conquistar bons resultados, o foi muito significativo na prova. Acredito que 2025 será um grande ano para a Copa.
A América Sports também tem apoiado com muita intensidade o Brasileiro de Enduro. O que achou da temporada passado do campeonato, que contou com o retorno do capixaba supercampeão Bruno Crivilin?
Estamos apoiando o Campeonato Brasileiro de Enduro há algum tempo. O Maurício (Brandão) é um cara apaixonado pelo esporte, apaixonado pelo que faz e, mesmo com toda a dificuldade, está sempre trabalhando para melhorar o campeonato. Para mim, o Maurício é um gênio, um cara totalmente do bem, puro e sincero, que se entrega de corpo e alma para o evento. Temos o privilégio de colaborar com o Brasileiro, não podemos ficar de fora deste evento. Por esse motivo, já renovamos com o campeonato para 2025. Quanto ao Crivilin, ele é muito importante para o esporte, um cara muito dedicado, com muito talento, mas também muito humilde. Somos fãs dele, um exemplo de piloto.
Estando muito ligado às competições, qual é a sua opinião sobre os campeonatos brasileiros? Eles estão no caminho certo?
Acho que os campeonatos brasileiros precisam cada vez mais de incentivo, mas também de criarem o desejo nos pilotos e no público de estarem presentes, para acompanhar toda a estrutura dos campeonatos, que apresenta as carretas das equipes, as poderosas motocicletas e também os jovens pilotos das 50cc e 60cc.
Os campeonatos nacionais estão no caminho certo, mas é preciso trabalhar para sempre melhorar cada modalidade, para ter mais recursos nas áreas de box, amplo estacionamento, praça de alimentação e oferecer ao público as melhores condições de acompanhar as etapas, como os campeonatos que acontecem no exterior. Acho que está legal, mas sem dúvida pode melhorar mais com o apoio dos patrocinadores e das fábricas e também com incentivo do governo, contando com a presença das pessoas envolvidas nos campeonatos e dos executivos das fábricas. Ou seja, melhorando as condições das etapas para que as pessoas e o público possam estar presentes. Isso é muito importante para o mercado off-road.
Hoje há muitos pilotos estrangeiros participando nos campeonatos brasileiros. O que pensa sobre a presença desses pilotos nos campeonatos?
A presença dos pilotos estrangeiros eleva o nível dos nossos pilotos. No começo, essa presença chegou a ser criticada, mas hoje eles contribuem para elevar o nível dos nossos jovens pilotos. Os campeonatos nacionais estão num nível alto, e contar com campeões e destaques internacionais é positivo para os nossos atletas, é bom para a competição, para o esporte e para as fábricas. Não sou contra a presença de pilotos do mundo todo. Esse intercâmbio contribuiu para a bagagem dos nossos pilotos, é bom para o esporte e também para o mercado.
Tendo quase três décadas no setor, como avalia o off-road nacional atual?
Como disse, procuramos sempre nos adaptar às mudanças do setor e participar dele, com flexibilidade a novos produtos, os lançamentos. É um enorme prazer participar do mercado, que que tem evoluído muito nos últimos anos. Como todos os setores, passamos por dificuldades com as crises política, econômica e de saúde, mas acredito que estamos no caminho certo, que vamos continuar crescendo e melhorando. Vamos continuar apoiando os atletas e os campeonatos. Fazendo isso há quase três décadas, e vamos continuar do lado do esporte e do mercado. É o nosso DNA!
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