Entrevista - Lucas Dunka
Lucas Dunka tem se destacado no cenário nacional e vem colecionando títulos e grandes resultados, com destaque para os dois títulos brasileiros na MX2 e três no Arena Cross na AX2. Mas na temporada passada decidiu enfrentar outro grande desafio, participar na primeira etapa do Mundial de Supercross, que aconteceu no dia 26 de outubro em Vancouver, no Canadá, com a presença de grandes nomes da modalidade.
Para participar, Dunka contou com seus patrocinadores e fez uma campanha (vaquinha) para levantar fundos para esse seu projeto, que incluiu treinos nos Estados Unidos como preparação para o novo desafio. Conversamos com ele para saber mais sobre essa grande experiência.
DA – Você participou da abertura do Mundial de Supercross no Canadá. Por que decidiu competir nessa prova?
DUNKA – Na realidade, não pensava em correr no Mundial, mas recebi um convite, através do Maguila e do Vini Machado, e decidi aceitar. Quando a gente está com Deus, Ele abre portas que a gente nem imagina. Então, essa oportunidade veio e eu a abracei com toda minha força, me joguei de cabeça nesse projeto.
Quem lhe apoiou nessa prova?
Todos os que em apoiam no Brasil, assim como o Maguila e o Vini, que entraram nessa junto com a Belco Racing. Na lista estão a KTM Brasil, Fox Racing, Zombie Industries, La Granja Racing, Renova Graphics, Mobius Braces, Drop Mud, Rezzy Media, Rezzy Sports e Champion MX. Eles conseguiram a vaga no Mundial.
Você treinou e correu com uma KTM 2025. O que achou do novo modelo? Como foi a preparação e os treinos?
Já estava treinando com a KTM 450 SX-F 2025 no Brasil, a KTM Brasil me entregou essa motocicleta uns dois meses antes de viajar para os Estados Unidos. Ela sabia que eu iria correr com a 2025 na América do Norte, e isso ajudou bastante. Nos Estados Unidos, treinamos muito para o Mundial de Supercross, em circuitos específicos, para ajustes e acertos na motocicleta e para me adaptar à modalidade.
Quais foram as alterações na moto para o Mundial?
Com a motocicleta nos Estados Unidos, fizemos pequenos ajustes, alterações na suspensão, pois conseguimos um preparador muito bom, o mesmo do Ken Roczen. E substituímos algumas peças, como o sistema de escapamento. Também fizemos mapas específicos para o supercross e mais algumas coisas para a moto ficar esperta na hora da largada, momento importante no supercross.
O que achou do formato da prova?
Gostei! O formato do campeonato neste ano foi alterado. Foram quatro baterias, sendo 2 baterias de 8 voltas e 2 baterias de 12 voltas. E a final, que é a última bateria, foi com 8 pilotos da 250 e 8 pilotos da 450. A parte boa é que não teve classificatórias. Então, todos os pilotos que treinaram, correram.
Como foi participar do Mundial de Supercross?
É como se fosse um sonho realizado. Deus abriu essa oportunidade pra mim. Apesar de ter sido bem difícil a parte financeira, conseguimos fazer as coisas que eram necessárias. Por isso, quero agradecer a todos os meus patrocinadores e apoiadores, bem como todos aqueles que contribuíram na vaquinha que realizamos para que isso fosse possível. Sem todas essas pessoas, não seria possível participar na prova.
O que achou da pista, nesta sua primeira participação no Mundial?
A pista tinha um nível técnico bem parecido com as que eu estava treinando nos Estados Unidos, foi até um pouco mais fácil. Os construtores são os mesmos que trabalharam na final do Arena Cross, então eu não tive dificuldade e me senti confortável nela.
Então qual foi a sua maior dificuldade no Mundial?
Curiosamente, apesar de achar a pista bem construída, minha maior dificuldade foi a mudança das condições da pista, como as grandes canaletas. Como treinei pouco com a suspensão, a reação dela na corrida foi bem diferente do que estava acostumado. Foi essa a minha maior dificuldade na prova.
O que achou da organização do Mundial no Canadá?
Não tenho o que falar da organização, foi muito bem profissional, e o tratamento com os pilotos foi algo que nunca tinha visto na vida. Um pessoal muito atencioso e profissional, como aqueles que me levaram para a prova. Todos me trataram muito bem, fui bem recebido por todos.
Você competiu com grandes nomes do esporte mundial. O que achou do nível dos pilotos?
Realmente foi um nível bem alto dos pilotos, sendo que muitos participam nos campeonatos americanos. São pilotos incríveis e rápidos, como o (Eli) Tomac e o (Ken) Roczen. Foi incrível estar do lado desses caras e uma grande oportunidade andar junto deles.
Falando desses pilotos de ponta, quem lhe impressionou mais?
Com certeza foi o Tomac. Ele tem um estilo de pilotagem incrível e faz coisas que você não acredita. Em uma das provas, ele me passou e pude ver sua pilotagem, fazendo coisas que eu nunca tinha visto na vida e me impressionando bastante.