Entrevista - Fábio Santos
Fabinho fechou o ano de 2023 com os títulos do Latino-Americano e do Sportbay Brasileiro de Motocross, além de ter sido o principal responsável pela classificação do time brasileiro no maior evento do motocross mundial, o Nações. Indiscutivelmente, foi uma temporada perfeita, e não poderíamos deixar de conversar novamente com o supercampeão.
Antes do fechamento do Brasileiro de Motocross havíamos conversado com o piloto da equipe Yamaha Geração que vinha dominando o campeonato nacional de motocross. Depois disso, ele foi o campeão brasileiro da MX1, além de ter vencido o Latino-Americano. Foi mesmo uma temporada muito boa.
Mas ele ainda tinha outro desafio, o de representar o Brasil no maior e mais duro evento do motocross mundial, o Motocross das Nações, que aconteceu no circuito de Ernée, na França, tendo como companheiros o jovem Guilherme Bresolin, também seu companheiro de equipe, e o experiente Eduardo Lima. E com um incrível nono lugar em sua classificatória, Fabinho contribuiu para que a equipe brasileira participasse das provas principais.
Com tudo isso em sua carreira em 2023, sem esquecer o pódio em uma etapa do Espanhol de Motocross, ainda na sua pré-temporada, precisávamos conversar novamente com o supercampeão brasileiro.
DA – Você venceu o Latino-americano e o Brasileiro e ajudou o Brasil a se classificar no Nações. Como é finalizar o ano com tantas conquistas?
FABINHO – Foi uma temporada muito louca, muito boa para mim. Tive meu primeiro pódio na Europa, na pré-temporada na Espanha; no Brasil, boas corridas e o título. E depois, na Europa, classificação no Nações, que era o meu principal objetivo neste ano. Então, não posso reclamar, estou bastante feliz. E também tenho o título do Campeonato Latino-americano. Acho que não tinha como ser melhor, realmente é um ano para comemorar. Não foi fácil, mas conquistamos os resultados desejados.
No final do Brasileiro, você teve um outro forte adversário, o francês Stephen Rubini. Como foi competir com ele as duas últimas etapas do Nacional?
Exatamente, o Rubini é um piloto muito experiente, campeão europeu, e ele chegou em Limeira (SP), onde eu tinha mais que pensar no título, estudar e jogar pelo campeonato, e não arriscar tanto. Então, não tive chance de disputar com ele. Mas na etapa final, depois de conquistar o título na primeira bateria, eu precisava vencer. Sabia que poderia vencê-lo. Então, na segunda bateria eu fui com tudo pra cima. Larguei em primeiro e ele me impressionou um pouco durante 10 ou 15 minutos. Deixei ele me passar e logo em seguida dei o troco. Acho que aí ele acabou se desconcentrando e errou várias vezes. Acho que usei a tática certa para a corrida e para vencê-lo. Foi muito bom, me deu ainda mais confiança para correr no Motocross das Nações.
E qual foi sua maior dificuldade na temporada do Brasileiro de Motocross?
O início do ano foi um pouco difícil porque a gente vinha usando um mesmo modelo de motocicleta durante 4 ou 5 anos. Mas o modelo deste ano é completamente novo, tudo mudou, sem nada a ver com a moto do ano passado. Demorei um pouco para me adaptar, mas depois me acertei. Tive alguns problemas durante o ano, mas nada que incomodasse tanto, até que chegamos a um acerto muito bom, que me deixou confortável. Então, foi um pouco difícil até chegar nesse acerto. Depois disso, a gente esteve bem durante todo ano.
Voltando para o Motocross das Nações, o que achou da pista em Ernée?
É uma pista bem difícil, bem legal. Andei aqui em 2015, mas era um pouquinho diferente. Em 2023 a pista estava mais técnica, com canaleta emendando em outra canaleta, mas acho que estava um pouco mais fácil e mais divertida do que antes. A gente tinha uma boa chance de ter um bom resultado.
Sabemos que competir no Motocross das Nações não é fácil, enfrentando os maiores nomes do esporte mundial. Mas você fez uma grande prova classificatória e foi nono colocado. Como foi essa prova?
Quando o Dudu, infelizmente, teve um tombo na classificatória, soube que a classificação dependia de mim e do (Guilherme) Bresolin. E quando ele terminou em 22º lugar, entendi que precisava fazer um bom resultado para classificar o time. Antes de eu entrar na pista, sabia que iria conseguir um resultado ideal. Estava confiante na minha largada e parti em uma boa posição. Penso que poderia ter acompanhado um pouco mais o (Liam) Everts. Ele me pressionou por duas ou três voltas, mas quando ele me passou, perdi um pouco o foco, a concentração, e durante uns 5 ou 10 minutos tive de andar abaixo do meu nível para não arriscar a posição. Mesmo assim, procurei manter um desempenho bom. Já no finalzinho, quando dois pilotos estavam chegando perto, eu realmente voltei a acelerar para garantir a vaga para o nosso time. Estou bastante feliz, foi uma corrida muito boa, uma experiência muito boa.
Para finalizar, depois de tantas conquistas, como será 2024?
Ainda nada está definido, vamos ver o que vai acontecer. Acho que 2024 tem tudo para ser ainda melhor, com novas oportunidades e experiências. Acredito que, se der tudo certo, vai ser um ano espetacular!
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