Entrevista Exclusiva - Enzo Lopes e o retorno ao AMA Supercross
O gaúcho Enzo Lopes, conseguiu de última hora uma vaga na equipe Toyota Redlane BarX Yamaha para participar do AMA Supercross na costa Oeste, praticamente uma semana antes da terceira etapa em Anaheim II. No dia seguinte ao convite, se enfiou em um avião com destino aos Estados Unidos, e com apenas quatro dias treinando com sua nova Yamaha, entrou no gate em Anaheim para começar a temporada.
Foi bem na sua classificatória, ficando entre os cinco primeiros, mas na final teve problemas com a sua moto, e acabou finalizando a prova na 17a. posição. Na prova seguinte em Glendale (AZ), não conseguiu se classificar para a final, lembrando que teve que competir com o joelho lesionado. Depois da prova regressou para o Brasil, mas está se preparando para retornar aos Estados Unidos, para participar das provas em sua região.
Diante de tanta coisa acontecendo em tão pouco tempo, ligamos para o Enzo e batemos um papo rápido para entender o que aconteceu nessas duas semanas de muita adrenalina, disputas, decepções, num retorno relâmpago. Confira essa entrevista!
Da - Você está de equipe nova para este ano, e tudo aconteceu de última hora. É equipe nova para esse ano. Como é que surgiu essa oportunidade para você?
Enzo - Eles me chamaram pelo Instagram. Na verdade, nos falamos no ano passado, e eles me disseram que iam mudar de motocicleta, de Suzuki para Yamaha, e isso me interessou, mas na época não sabia seu estava bom o suficiente, e acabei não retornando para eles. Mas um dos pilotos se lesionou neste ano, e eles me chamaram na semana antes da etapa de San Diego. E no dia depois comprei a passagem, fui pra lá, testei a moto e no outro final de semana eu corri, em Anaheim II.
da - Você assinou contrato com eles somente para correr no supercross?
Sim, vou correr todo o campeonato do supercross.
da -Você não teve tempo de testar a moto, quantos dias de treino com ela antes de estrear no campeonato?
Foram quatro dias com ela, sendo que andei com a moto antes de assinar, na pista de Pala. Daí uma das razões pela qual eu também aceitei o convite, porque a marca da moto era Yamaha, e eu estou muito tempo andando com ela, e sei que ela é muito boa. Por isso eu aceitei a proposta, por que se a moto fosse ruim, eu teria dito que não.
da - Você começou bem o campeonato em Anaheim II, finalizando sua classificatória entre os cinco primeiros, mas na final você teve problemas na hora da largada, demorou para entrar, assim como sua moto. O que realmente aconteceu?
Na verdade, antes da largada descobri um problema na suspensão, estava muito ruim, e eles trocaram por outra, só que faltava 15 minutos para a largada, e essa nova suspensão também não estava boa, estava com algum problema, e acabei indo para a largada sem moto, para escolher o gate, mas na verdade meu mecânico já tinha escolhido e não foi um bom lugar.
Então, fiquei esperando a moto chegar, e nessas horas já não estava nem preocupado com a corrida, e sim como a chegada da minha moto. Quando o gate caiu larguei super mal, porque estava com a cabeça em outro lugar. Eu caí e bati o joelho. Nossa, muita dor. Voltei ainda a fazer uma volta rápida lá, acho que foi a quinta volta mais rápida da corrida, mas depois eu não estava conseguindo focar, estava com um pouco de medo por causa da suspensão e daí eu fiquei mais de boa. Por isso que não foi muito bom o resultado.
da - Na prova seguinte você não conseguiu se classificar. O que aconteceu?
Na verdade eles me colocaram no Grupo B, e isso me prejudica um pouco, porque para uma volta rápida sempre tem alguém lento na frente. E também no treino bati novamente o meu joelho machucado na primeira corrida que fiz, com a chuva, e estava com muita dor. Mas estava na posição de se classificar e um piloto me tocou para fora da pista. É coisa de corrida, faz parte, mas você está animado e acha que está pronto para a próxima corrida.
da - E como está o seu joelho? Ainda doi?
O joelho está melhorando, mas está melhorando aos poucos.
da - Você começou a temporada perdendo etapas, então qual a sua expectativa para este ano no AMA Supercross?
A expectativa é a melhor sempre, mas não estão fáceis as coisas, em virtude dos resultados, que não mostram a realidade. Acho que o meu maior problema é querer demais, sabe? Tentar demais e acabar errando muito. Eu não consegui fazer uma volta rápida, estava fazendo todas as seções, mas eu queria tanto um bom resultado, mas nunca conseguia completar uma volta.
Se eu tivesse feito só uma volta boa, mais tranquilo, teria entrado tranquilo para a final. Até porque isso nunca aconteceu comigo antes. Penso que foi um pouco de má sorte também, as coisas acontecendo fora do meu controle também, mas sei lá, a maior parte da culpa eu sempre coloco em mim mesmo. Então penso que quando as peças desse quebra-cabeças se encaixarem, vai ser bom.
Enzo foi determinado a entrar no campeonato desta forma, praticamente sem nenhum contato com toda a equipe e a motocicleta, que também é nova para a equipe. De qualquer forma, ele está de novo no AMA Supercross, e pode surpreender novamente. Então, vamos torcer para que tudo dê certo daqui pra frente, e que ele possa mostrar todo o seu talento, comprovado em anos anteriores.
Fotos - Guilherme Lima/wsxchampionship.com
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