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DirtAction

Entrevista - Bruno Crivilin


O mais talentoso piloto brasileiro de enduro tem em seu currículo uma coleção de títulos nacionais, além de quatro temporadas no Mundial de Enduro e grandes participações no Six Days, colecionando grandes resultados. Ele retornou definitivamente ao Brasil em 2024 para representar as cores da Honda nos campeonatos e grandes eventos nacionais, como no Brasileiro de Enduro, Enduro da Independência e outros, e continuar conquistando títulos.


E novamente Crivilin esteve no maior evento de enduro do planeta, o Six Days, mas infelizmente acabou se lesionando numa das edições mais duras dos últimos anos. Venha com a Dirt Action conversar com essa lenda do off-road nacional e descobrir como foi esta temporada agitada, com a conquista de mais títulos nacionais.


DA – Mais uma convocação para o Six Days. Como é fazer parte da equipe brasileira por tanto tempo?

CRIVILIN – É, mais uma convocação. Acho que, desde 2017, eu só não estive em uma edição da prova, porque não pude correr em 2022. Então, é um privilégio. Eu fico lisonjeado em poder representar o Brasil no Six Days e fazer parte da seleção, levar nossas cores no mais alto nível do mundo. A competição que, teoricamente, é a Olimpíada do Enduro. Cada país convoca o seu melhor time. É realmente muito significante e importante pra mim.


No Six Days, você teve Vinicius Calafati, Patrik Capila e Joaquim Neto como companheiros. Como foi a preparação para a prova?

Acredito que neste ano a gente teve o time mais forte possível. No início do Campeonato Brasileiro de Enduro, éramos os quatro primeiros na classificação geral, mas depois o Joaquim acabou tendo uma lesão e ficou um pouco fora do ritmo. Mas ele voltou bem e já está bem de novo. Eu convivo muito com o Calafati, a gente praticamente treina o ano inteiro junto. A gente mora aqui em Belo Horizonte (MG) e o Patrik também é daqui. Então, é um time que está bem entrosado. O Joaquim sempre treina com a gente. Tivemos alguns treinos para os Six Days, mas a gente treina junto praticamente o ano inteiro. Conhecemos os nossos pontos fortes e fracos.



Esta edição do Six Days aconteceu na Espanha, na região da Galícia. Conhecia o local?

O Six Days deste ano foi na Galícia, perto de Santiago de Compostela, onde eu já tinha corrido uma etapa do Mundial em 2018, e depois acabei correndo mais dois anos seguidos em Lalin, na mesma região. Conheço um pouco o terreno, mais ou menos já sabia o que a gente iria enfrentar, e isso foi um ponto positivo, pois sabíamos mais ou menos os ajustes e acertos na moto, qual pneu usar.


Como foi a estrutura da equipe no Six Days?

Neste ano, o time inteiro, todos os quatro pilotos da seleção tiveram o suporte e a assistência técnica de uma mesma equipe, o que foi uma grande vantagem. Tivemos a assistência da equipe JET Zanardo, com o Franco (Mayr), que tem praticamente 30 anos de Mundial de Enduro. A equipe dele conquistou vários títulos mundiais. Eu tive essa assistência, com ele, no Six Days do ano passado, na Argentina, e já tinha corrido com a equipe dele em 2018 também. Então, conheço bastante os italianos.


Olhando para as suas participações anteriores no Six Days, qual você considera foi a mais impactante?

Eu tinha participado em cinco edições do Six Days, essa última foi a minha sexta participação. Acho que a mais impactante pra mim foi realmente minha primeira, em 2017, na França. Havia 14 anos que o Brasil não enviava uma Seleção para Six Days, e a gente conseguiu o oitavo lugar na França, a melhor colocação do Brasil na história. Por ter sido o meu primeiro Six Days e por ter sido o melhor resultado, foi bem marcante. Teve outras também, sem tirar o mérito ou a importância de uma ou outra, mas para mim foi na França.


Quais foram os patrocinadores da equipe neste Six Days?

Os meus patrocinadores pessoais são a Honda Racing Brasil, Red Bull, Itaminas, ASW Racing, Pro Honda, Eleveit, X-Brand, Pod e Z2, que são praticamente os mesmos do Calafati. Os patrocinadores da seleção, que apoiaram todos os quatro pilotos, foram a Borilli Racing e o Rôia da Importada. Quero ressaltar também que neste ano a CBM entrou com bastante força, ajudando bastante a gente e sendo fundamental para viabilizar nossa participação na prova. Inclusive com os custos da inscrição, da Licença FIM e algumas outras coisas. Isso nunca havia acontecido em nenhuma das minhas outras participações.



Você e outros companheiros sofreram lesões durante o 6 Days. Como foi competir lesionado?

Eu e o Joaquim sofremos uma lesão no primeiro dia, foi bem difícil. Eu já tinha uma lesão no joelho, que acabou piorando. Pra mim, foi bem difícil psicologicamente, por ter que suportar muita dor sabendo que poderia andar melhor, que eu podia andar num grupo de pilotos que era top 20 e estar brigando entre os top 5 da minha categoria. Então, suportar todos esses dias, mesmo sabendo que estava lesionado, com dor, e andar fora de um ritmo que sabia que poderia andar foi realmente difícil. Mas desistir, jamais!


O que achou desta edição do 6 Days?

Olhando os últimos dois anos, eles estão dificultando em alguns pontos que não são tanto o intuito da corrida. Uma prova que recebe 600 pilotos não precisa ser tão dura, porque é uma prova onde todos precisam finalizar. Sei que os grandes nomes do esporte estão na prova, então concordo que tem que ter um pouco mais de dificuldade nas especiais, contrário ao deslocamento. No ano que vem, será na Itália, em Bérgamo, na casa do enduro, no berço do off-road, e espero que a Seleção Brasileira esteja lá também.


Você conquistou o título do Brasileiro de Enduro antecipadamente. Como foi vencer novamente o campeonato?

Nos últimos dois anos, eu não competi no Brasil, apenas participei em algumas provas. Então, fiquei muito feliz em voltar a vencer com a Honda e voltar a ter o número. Agora, eu ganhei cinco vezes na Elite, na Geral, e sete vezes por categoria. Realmente eu estou bem satisfeito de ter voltado e ter ganhado. 


E como se comportou sua Honda CRF 250RX durante a temporada? Você pediu muitas modificações?

Uso a 250RX desde que entrei na Honda, ou seja, são seis anos competindo com ela. É uma moto que eu já estou bem confortável, sei todos os tipos de reações que ela tem, sei o que preciso trabalhar nela para que me ajude e eu possa tirar o máximo dela. É uma moto pronta para o enduro, que contribui para que você seja rápido.


Ela não teve muitas mudanças, é mais genética, como a suspensão, praticamente original. Ou o motor, que possui uma embreagem hidráulica de um patrocinador da Itália, desde o Mundial, que me ajuda muito. Tem outras coisas, como sistema de escape e mapas, mas basicamente ela é original, uma moto que você usa em qualquer tipo de situação.


Depois de quatro anos competindo no Mundial, como foi voltar definitivamente para o Campeonato Brasileiro?

Depois de quatro temporadas na Europa, onde nas duas primeiras eu estava bastante presente aqui no Brasil também, nas duas últimas foi um pouco diferente, mas com bastante corridas. Tentei preencher meu calendário da maior forma possível, porque quando eu morava lá, fazia sempre no mínimo 14 ou 15 corridas por ano. Aqui, acaba que o nosso calendário é um pouco menor, mas tentei entrar em outras modalidades, fazer outras corridas e estar sempre correndo. Ficar em casa, mais perto dos meus amigos e da equipe daqui tem sido bom pra mim. 


Fui pouco em casa por causa desses compromissos, por essas viagens, mas acho que isso faz parte do momento. Tenho que entender que agora é a hora de realmente correr muito de moto, pois depois terei tempo pra eles. É isso, estou feliz de estar aqui de volta. E podem aguardar que vem grandes novidades pro ano que vem!


Fotos Alberto Barbosa/Mundopress



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